O valor da escrita versus dificuldades de quem escreve
Sem dúvida alguma sabemos o valor da linguagem escrita nas relações pessoais e profissionais. Em todas as áreas do conhecimento, o uso dos textos para se estabelecer negociações, convencer o interlocutor a respeito de algo ou simplesmente para comunicar um fato, é uma prática constante. Apesar disso, não são raros os casos em que o escrevente encontra dificuldades para produzir bons textos. Sobre isso, vejamos o que diz a profissional BL:
“Não sei o que selecionar; não sei o que é importante e o que não é. Como não sei escrever, não tenho paciência de gastar tempo tentando escrever” (BL, profissional da área de Direito).
Assim como BL, pessoas que se queixam de seus textos apresentam dificuldades como:
- Sabem e falam o que querem escrever, porém não conseguem escrever o que sabem dizer;
- Não dão coesão ao texto. A impressão quando lemos é que uma parte não se relaciona com a outra;
- Utilizam períodos loooooooongos, comprometendo, assim, o sentido daquilo que escrevem. É o famoso “uma coisa puxa a outra... que puxa a outra... a outra”;
- Usam pontuações inadequadas. Isso também é sério. Uma pontuação inadequada pode, entre outras coisas, dar um sentido diferente da intenção original;
- Não expõem com clareza o conteúdo, de maneira a considerar seu leitor;
- Escolhem palavras inadequadas à situação de uso;
- Escrevem como se estivem conversando. É claro, há casos em que escrever dessa forma é completamente permitido. Tudo depende de o que escrevemos, para quem e com que finalidade. Se você escreve um e-mail para seu amigo e colega de trabalho contando como foi o final de semana, você escreverá de uma forma; se escreve um relatório para seu gerente relatando a visita a um cliente, a forma é outra. É uma questão de adequação.
- Constroem um texto que mais parece uma junção de partes de outros textos. É o famoso ctrl C, ctrl V. Já que não conseguem escrever, copiam um pedacinho aqui... outro ali e pronto.
Essas são algumas dificuldades que repercutem diretamente no alcance dos objetivos dos profissionais, bem como na imagem que desejam construir no leitor de seus textos. Há bons profissionais - com bons produtos e serviços - que perdem negócios em função de suas dificuldades para escrever, e escrever determinado tipo de texto, como é o caso do microempresário VJ:
“Deixei de participar de uma licitação da Petrobrás porque não consigo escrever bem, muito menos escrever um projeto do jeito que eles queriam”.
Há também aqueles profissionais que somente percebem a inadequação de seus textos após uma intervenção lingüística, como é o caso da engenheira TF que disse:
“Eu achava que escrevia bem”.
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